sexta-feira, 24 de maio de 2013

Síndrome de Burnout na atividade policial



Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, que pode ser causada por uma dedicação exagerada a atividade profissional, ou até mesmo por turnos de trabalho excessivos. O desejo de ser o melhor e demostrar um alto grau de desempenho é uma fase importante da síndrome, pois, o portador mede a autoestima pela capacidade de realização e sucesso profissional. Onde o desejo de realização profissional se torna uma obstinação e compulsão, que no fim com a falta de reconhecimento podem levar a um vazio interior, depressão, desesperança, exaustão, e finalmente a um colapso físico e mental. Estagio este que é considerado de emergência e necessita de ajuda médica de psicológica imediata. Realmente a atividade policial é extremante propicia para o desenvolvimento desta síndrome, pois, muitas vezes tendemos a nos envolvermos demais com nosso trabalho, trocando finais de semana com a família por campanas, noites bem dormidas por acompanhar escutas telefônicas, situações estas dentre tantas que normalmente vemos como atribuição do cargo, o que quando estamos focados no resultado, acabamos tomando como rotina, e quando vemos estamos totalmente envolvidos nesse meio, somente pensando em trabalho, colhendo informações, deixando pra lá os horários de almoço, e qualquer folga, sempre realizando atividades de trabalho. O que por fim no decorrer dos anos, e a percepção de que muitas vezes nosso trabalho não é valorizado devidamente, dentro da corporação, ou até mesmo pelo público externo que atualmente vê a policia de modo geral como corrupta e ineficaz. Isto pode acarretar no desenvolvimento desta síndrome, como outras tantas doenças psicológicas. Não pude acompanhar exatamente nenhum caso da manifestação de “bournout”, mas conheço diversos colegas que após, 20, 30 anos de dedicação ao trabalho policial, já passaram por internação psiquiátrica por estresse, depressão, necessitando de acompanhamento médico, e utilizando medicação controlada, além de casos de infarto, e etc. Acredito que temos que ter em mente que a atividade policial é maravilhosa, mas é extremamente desgastante, e devemos realizar um planejamento de nossas vidas para cumprir nossas atribuições da melhor forma possível, mas sem prejudicar nossas saúde e convívio familiar. Pois muitos dos colegas que hoje em dia vemos desmotivados arrastando os pés dentro de uma delegacia, já foram policiais linha de frente extremamente ativos, e acabaram pagando o preço do estresse da profissão. Dentro da polícia existem exemplos de todo tipo de profissional, o que temos é que nos guiar pelos bons exemplos de profissionais que ainda hoje em final de carreira, ainda são produtivos e motivados, e aprender com eles os “macetes” para evitar as armadilhas de nossa profissão, e conciliar sucesso profissional com satisfação pessoal e saúde de vida.

Autor: FSantanna
(Colaboração para o curso: Tópicos de Psicologia para Segurança Pública do SENASP)